Cidade: um grandioso palco


Acho engraçado pensar na cidade como uma construção particular de cada um, não somente como um conjunto de infraestruturas, ou, principalmente, como um território representado por linhas num mapa. A cidade é aquela coisa complexa em que as interações entre indivíduos e espaço ocorrem, como um grandioso palco!

Gosto de explorar a região metropolitana, pois fujo do gigantismo da capital e me refugio no gigantismo daquilo que muitas vezes é rotulado de forma imprecisa, mas que eu apenas tenho chamado de subúrbio, na esperança de tornar tudo mais fácil. As distâncias parecem aumentar, é verdade, mas com as maiores distâncias a percorrer, também aumentam meus portos seguros, minhas reflexões e meu desejo por conhecer mais lugares como aqueles.

Avenida Yoshiteru Onishi, com ciclovia à esquerda e a serra do Itapeti ao fundo Serra do Itapeti observada a partir de um trem-unidade da série 4400 Anoitecer com presença de neblina na Estação Estudantes
Mogi das Cruzes em algumas fotos, com a Serra do Itapeti presente em duas delas

Quando comecei a visitar frequentemente Mogi das Cruzes, percebi que estava desenvolvendo laços com a cidade. Nomes de ruas e praças começaram a ficar “frescos” na minha memória, a Serra do Itapeti ao fundo começou a ser uma companhia difícil de substituir, minha visão da Linha 11 da CPTM mudou, já que Mogi conferiu um novo significado à linha, que agora parecia mais equilibrada e interessante; no Grande ABC, fiquei impressionado com a quantidade de cidades e seu comércio e indústria, tanto, que não tardei a me aventurar pela linha 215 da EMTU, um curioso cotovelo sobre pneus que interliga as linhas 10 (em Ribeirão Pires) e 11 (em Suzano) da CPTM, pequenos e distintos universos urbanos unidos em 70 minutos.

Estação Ribeirão Pires num típico dia com neblina e baixas temperaturas Edifícios de Alphaville observados a partir do Viaduto Juvenal Antonio de Moraes, com o Parque Shopping Barueri à direita Centro Comercial Alphaville
Estação Ribeirão Pires, edifícios em Alphaville vistos do viaduto interligado à Estação Antônio João e uma pracinha dentro do Centro Comercial Alphaville

Sigo ainda explorando os corredores apertados do Centro Comercial Alphaville, com suas praças e lagos artificiais, passeio este que não raramente se apoia numa pernada pelo calçadão de Osasco ou uma visita a algum shopping da mesma cidade ou de Barueri, como o vizinho da Estação Antônio João, Parque Shopping. É incrível o quanto subestimei, ao longo de tantos anos, a malha da CPTM. Tudo já estava lá, mas eu não conseguia ver, muito dependente da tradicional narrativa viciada dos grandes jornais.

Hoje tenho reunido mais e mais pontos de interesse ao longo da malha, que se apoiam nos lugares que já conheci. Sei exatamente como encontrar um lugar para comer, sacar dinheiro ou apenas descansar, fico também de olho na programação cultural, pois já rompi com a ideia de que apenas na capital é possível ir ao teatro ou ouvir boa música.

Fico devendo ainda mais visitas a cidades como Jundiaí e São Caetano do Sul, mas já tenho algumas coisas em mente.

Cruzamento da Rua Campos Salles, com a placa de identificação em evidência e a faixa de pedestres em segundo plano, céu azul sem nuvens
Cruzamento em São Caetano do Sul. no bairro Barcelona

Com as idas e vindas pela Região Metropolitana de São Paulo, também desenvolvi um olhar mais apurado para os 130 km de trilhos da CPTM que serpenteiam e cortam partes da capital paulista. Abracei estações como Mooca, Ipiranga, São Miguel Paulista e Lapa (que na verdade são duas estações), mas daí já é algo pra contar outro dia.

Finalizo dizendo: que venham mais e mais descobertas pela Grande São Paulo!