openSUSE Evergreen: sinônimo de tranquilidade
O Evergreen funciona como uma espécie de suporte adicional, totalmente mantido pela comunidade, dado às versões do openSUSE que estão sendo utilizadas além de seu ciclo de vida. Gratuito, confiável e que tem se mostrado essencial para mim
Sou usuário do openSUSE 13.1, cujo ciclo terminou em fevereiro de 2016, no dia 3. Passo por uma fase bastante complicada e atribulada na minha vida, com uma universidade pública impondo desafios constantes e uma rotina de trabalho que envolve tanto um emprego formal, como também um emprego informal numa empresa familiar, além disso, ainda sou membro-fundador de um coletivo que busca lutar por uma melhor mobilidade urbana na Grande São Paulo. Ufa! Com tudo isso, nem sempre sobra tempo, disposição e, principalmente, dinheiro, para fazer os upgrades de hardware necessários para atualizar o sistema operacional.
Versões que cujo ciclo de vida terminou são consideradas descontinuadas pelo projeto openSUSE, mas se por algum motivo, ainda permanecem em produção, você pode contar com o Evergreen, que fornecerá suporte adicional por um período que varia de 18 a 30 meses.
Você pode estar se perguntando agora: “mas Caio, o Linux não costuma ser leve? Atualiza e pronto, upgrade de hardware pra quê?”.
Não é tão simples assim, pois parte da minha instalação está baseada no sistema de arquivos ReiserFS, cujo desenvolvedor cometeu um assassinato e se encontra preso. Com a prisão do desenvolvedor, o suporte ao ReiserFS não vive seus melhores dias e como já enfrento gargalos de desempenho, tenho muito receio em atualizar e perder dados, ou ainda, perder mais desempenho, além do mais, não dá pra ficar empurrando com a barriga indefinidamente.
Meu quadro hoje é o seguinte:
/dev/mapper/grupo01-raiz → reiserfs
/dev/sdc1 → reiserfs
/dev/sdc2 → reiserfs
/dev/mapper/grupo01-vbox → ext4
/dev/mapper/grupo01-home → reiserfs
/dev/md0 → ext2
/dev/mapper/grupo01-arquivos → reiserfs
Como dá pra ver, praticamente tudo é ReiserFS, para piorar, eu tenho um sistema com mdadm e LVM, ou seja, RAID via software combinado com gerenciamento lógico de volumes, o que aumenta um pouquinho mais a complexidade. Para migrar, é preciso “manobrar” os arquivos de um lado para o outro, o que vai exigir um disco de pelo menos 1 TB. Como o espaço em disco já está indicando a necessidade de uma segunda matriz RAID, estou segurando o upgrade de hardware e com o suporte adicional do Evergreen, ganho mais tempo e tranquilidade para me planejar.
E olha só: nem precisei piratear nada! Sem piruetas psicodélicas para validar software ou rodar geradores de números de série, sem nada ilegal, sem necessidade de configuração adicional. Preciso dizer também que não há qualquer cobrança por isso? É o poder do código aberto, com um ecossistema versátil e sólido.
Reforço que estou plenamente satisfeito com o openSUSE Linux. Há uma curva inicial de aprendizado e a distribuição realmente é voltada para um público com conhecimento pelo menos de nível intermediário, mas vale super a pena.