Ponto de partida
Vou contar uma história...
Um belo dia, notei que o transporte sobre trilhos era particularmente cômodo para percorrer distâncias de 10 km ou mais, com custo × benefício convidativo, porém, notei também que a malha dentro da minha cidade não era tão grande quanto deveria ser, mesmo eu morando na capital paulista.
A situação ficava ainda pior, pois eu havia sido aculturado a olhar para apenas uma parte da malha, elevando bastante a dependência dos ônibus. Conforme ganhava poder aquisitivo e maior independência financeira, também passava a buscar auxílio da tecnologia para me deslocar, foi então que um programa num computador de mão começou a sugerir trajetos usando “a outra parte da malha”, que eu até então não usava. Naquela tela monocromática, presente num aparelho alimentado por um par de pilhas que duravam várias semanas, eu passei a ter quase 100 estações a mais.
Uma decisão precisava ser tomada e basicamente eu tinha duas opções: se quisesse usar qualquer serviço metropolitano sobre trilhos, me limitaria a explorar ainda mais um punhado de quilômetros, alguns deles mais jovens do que eu, ou faria diferente, flexibilizaria minha exploração em troca de maiores distâncias a percorrer, rompendo com estereótipos e limites municipais. Eu escolhi a segunda.
Não foi uma escolha trivial, afinal, eu precisei lidar com algumas impressões negativas que tive, porém acabei me interessando cada vez mais ao longo do tempo, o que criou algumas situações que eu não esperava, inclusive, acabei conhecendo dezenas de pessoas novas.
A maior lição, porém, foi passar a enxergar a cidade não como um município isolado, mas como um conjunto de cidades que possuem laços, ou seja, passei a pensar cada vez mais como morador de uma metrópole. Foi a partir daí que a minha relação com a Grande São Paulo mudou.
Observação: convido você a conhecer um projeto do qual estou participando. Clique nos links abaixo para maiores detalhes.